Taura morre de pé


Taura morre de pé

Ficou um espeto cravado
Pingando a graxa do granito
E um braseiro de eucalipto
Fumaceando o silêncio dum cuera
Que evocando outra era
Torcia um sovéu parelho,
Ouvindo no Barro Vermelho
O vento rezar numa tapera...

- O sangue dum bravo
Tingiu o Barro Vermelho,
Onde agora eu ajoelho
A minha pobre oração
Maragato da mais alta tradição
Da autêntica escola caudilha,
Do Conselheiro e de Raul Pila;
Foi o jornalista Fábio Leitão!

Co'a Coluna Estácio de Azambuja
Peleou na Revolução de 23,
Mostrando bravura e altivez
Sem jamais refugar o entreveiro
Do Parlamentarismo foi mensageiro
( Em seu jornal A Palavra )
O editor que não se dobrava
Ao intendente Aníbal Loureiro!

Na Revolução de 24
( Dizia o vento na tapera )
Ao lado dos guapos de sua era,
Marchou Fábio Leitão
No levante do 3° Batalhão,
Do Seringa ao Barro Vermelho,
Lá estava, sem medo a detê_lo;
"O sargento" Fábio Leitão!

Do armazém de Donato Dias
Até as bandas do cemitério,
O combate trava_se sério
Entre os revolucionários e a brigada
E ao final duma rajada
( A história testemunha com fé )
Fábio Leitão prova
Que o taura morre de pé!

E hoje o vento conta:
- Não foi só o jornalista que morreu,
Mas, uma estirpe que pereceu
Encerrando uma guapa geração
E ao pé do fogo de chão
O cuera concorda co'a verdade,
Que falta faz à nossa cidade,
Homens como Fábio Leitão!

De: mariton lara
Comentário de Gal. Fernando Portinho a quem agradeço a homenagem

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